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Física Além do Modelo Padrão

Em 2012, quando o bóson de Higgs foi confirmado no Large Hadron Collider (LHC) do CERN, o Modelo Padrão (SM) estava, teoricamente, completo. Todas as partículas previstas haviam sido descobertas. Suas equações passaram em todos os testes experimentais com uma precisão extraordinária.

No entanto, a atmosfera na física não era de conclusão, mas de incompletude. Assim como as leis de Newton antes de Einstein ou a física clássica antes da mecânica quântica, o Modelo Padrão era extremamente bem-sucedido nas escalas que podemos testar, mas incapaz de responder a questões mais profundas. Era um mapa quase perfeito – mas apenas de uma pequena parte da paisagem.

Gravidade: A Força Ausente

A omissão mais gritante é a gravidade.

Isso não é apenas uma negligência. A relatividade geral trata a gravidade como uma curvatura do espaço-tempo, um campo geométrico suave, enquanto o SM trata as forças como campos quânticos mediados por partículas. Tentativas de quantizar a gravidade da mesma forma geram infinitos que não podem ser normalizados.

O Modelo Padrão e a GR são como dois sistemas operacionais diferentes – brilhantes em seus respectivos domínios, mas fundamentalmente incompatíveis. Reconciliá-los é, talvez, o maior desafio da física atual.

Massas dos Neutrinos

O SM prevê que os neutrinos não têm massa. No entanto, experimentos, começando com o detector Super-Kamiokande no Japão (1998) e confirmados globalmente, mostraram que os neutrinos oscilam entre sabores (elétrico, muônico, tau). Oscilações requerem massa.

Essa foi a primeira evidência confirmada de física além do Modelo Padrão. A descoberta rendeu o Prêmio Nobel de 2015 para Kajita e McDonald.

Os neutrinos são extremamente leves, pelo menos um milhão de vezes mais leves que o elétron. Suas massas não são explicadas pelo SM – mas podem sugerir nova física, como o mecanismo seesaw, neutrinos estéreis ou conexões com o universo primordial. Em alguns cenários, neutrinos seesaw pesados permitem a leptogênese, onde uma assimetria de léptons no universo primordial é criada e, posteriormente, convertida na assimetria matéria-antimatéria observada.

Matéria Escura

A matéria visível descrita pelo SM compõe menos de 5% do universo. O resto é invisível.

Teorias propõem novas partículas: WIMPs (partículas massivas de interação fraca), áxions, neutrinos estéreis ou algo ainda mais estranho. Apesar de décadas de buscas – detectores subterrâneos, experimentos de colisão, pesquisas astrofísicas – a matéria escura permanece elusiva.

Energia Escura

Ainda mais misteriosa é a energia escura, a força que impulsiona a expansão acelerada do universo.

Esse problema da constante cosmológica é, talvez, o conflito mais agudo entre a teoria dos campos quânticos e a gravidade. O Modelo Padrão não tem nada a dizer sobre a energia escura. É uma lacuna enorme em nossa compreensão do cosmos.

O Problema da Hierarquia

Outro mistério profundo reside no próprio bóson de Higgs.

A massa do Higgs é medida em 125 GeV. No entanto, correções quânticas deveriam empurrá-la para a escala de Planck (\(10^{19}\) GeV), a menos que haja cancelamentos milagrosos. Por que ela é tão leve em comparação com as escalas naturais de energia da gravidade?

Esse é o problema da hierarquia: o Higgs parece estar finamente ajustado de forma anômala. Físicos suspeitam de nova física, como a supersimetria (SUSY), que pode estabilizar a massa do Higgs ao introduzir partículas parceiras que cancelam correções perigosas. (Debates sobre naturalidade abrangem ideias desde soluções dinâmicas até raciocínios antrópicos em um possível “cenário” de vácuos.)

Assimetria Matéria-Antimatéria

O SM inclui alguma violação de CP, mas não o suficiente para explicar por que o universo atual está cheio de matéria em vez de quantidades iguais de matéria e antimatéria. Como mencionado acima, mecanismos como a leptogênese (muitas vezes ligados à origem das massas dos neutrinos pelo mecanismo seesaw) oferecem um caminho convincente onde a física além do SM desequilibra a balança.

Uma Imagem Bela, Mas Incompleta

O Modelo Padrão é às vezes chamado de “a teoria mais bem-sucedida da física”. Suas previsões correspondem aos experimentos até 10-12 casas decimais. Ele explica quase tudo o que vemos em aceleradores de partículas e laboratórios.

Mas é incompleto:

Os físicos agora enfrentam um momento familiar na história. Assim como a mecânica de Newton deu lugar à relatividade, e a física clássica à mecânica quântica, o Modelo Padrão deve, por fim, ceder lugar a algo mais profundo.

O Santo Graal: Uma Teoria de Unificação

O objetivo final é uma Grande Teoria Unificada (GUT) ou até mesmo uma Teoria de Tudo (ToE): um arcabouço que unifica as quatro forças, explica todas as partículas e funciona consistentemente desde as menores escalas (gravidade quântica) até as maiores (cosmologia).

Esse é o Santo Graal da física moderna. É por isso que os pesquisadores impulsionam aceleradores a energias mais altas, constroem detectores de neutrinos massivos, mapeiam o cosmos com telescópios e inventam novas matemáticas audaciosas.

Os capítulos seguintes explorarão os principais candidatos:

Cada uma dessas ideias não surgiu como dogma, mas como ciência em seu melhor momento: notar rachaduras, construir novas teorias e testá-las contra a realidade.

Supersimetria: A Próxima Grande Simetria?

A física tem uma longa história de unificação por meio da simetria. As equações de Maxwell unificaram eletricidade e magnetismo. A relatividade especial unificou espaço e tempo. A teoria eletrofraca unificou duas das quatro forças fundamentais. Cada avanço veio de revelar uma simetria oculta na natureza.

A supersimetria – ou SUSY, como os físicos a chamam carinhosamente – é a proposta ousada de que a próxima grande simetria conecta duas categorias de partículas aparentemente distintas: matéria e força.

Férmions e Bósons: Matéria versus Força

No Modelo Padrão, as partículas se dividem em duas grandes famílias:

Em resumo: férmions formam a matéria, bósons transportam forças.

A Hipótese da Supersimetria

A supersimetria propõe uma simetria que conecta férmions e bósons. Para cada férmion conhecido, há um parceiro bosônico. Para cada bóson conhecido, um parceiro fermiônico.

(“Fotino” e “zino” são apelidos antigos para estados próprios de gauge; os experimentos buscam, na verdade, os estados próprios de massa mencionados acima.)

Por que propor uma duplicação tão radical do mundo das partículas? Porque a SUSY promete soluções elegantes para alguns dos problemas mais profundos deixados pelo Modelo Padrão.

Resolvendo o Problema da Hierarquia

Um dos maiores atrativos da SUSY é sua capacidade de lidar com o problema da hierarquia: por que o bóson de Higgs é tão leve em comparação com a escala de Planck.

No Modelo Padrão, correções quânticas de partículas virtuais deveriam empurrar a massa do Higgs para valores enormes. A supersimetria introduz spartículas cujas contribuições cancelam essas divergências. Resultado: a massa do Higgs é naturalmente estabilizada, sem ajustes finos (pelo menos em espectros SUSY “naturais”).

SUSY e a Grande Unificação

Outra motivação para a SUSY vem da unificação das forças.

Isso sugere que, em energias extremamente altas, as três forças podem se fundir em uma única Grande Teoria Unificada (GUT).

SUSY como Candidata à Matéria Escura

A supersimetria também fornece um candidato natural para a matéria escura.

Se a SUSY estiver correta, uma das spartículas deve ser estável e eletricamente neutra. O principal candidato é o neutralino mais leve, uma mistura de bino, wino e higgsino.

Neutralinos interagiriam apenas fracamente, encaixando-se no perfil de WIMP (partículas massivas de interação fraca). Se descobertos, eles poderiam explicar os 27% de matéria faltante do universo.

Buscas Experimentais por SUSY

Por décadas, os físicos esperavam que partículas supersimétricas aparecessem logo acima das escalas de energia já exploradas.

A ausência de descobertas de SUSY no LHC foi decepcionante. Muitas das versões mais simples da SUSY, como o “Modelo Padrão Supersimétrico Mínimo” (MSSM), agora estão fortemente restritas. Espectros “naturais” foram empurrados para massas mais altas, implicando mais ajustes finos se a SUSY existir perto da escala de TeV.

Ainda assim, a SUSY não foi descartada. Modelos mais complexos preveem spartículas mais pesadas ou sutis, talvez fora do alcance do LHC, ou com interações fracas demais para serem facilmente detectadas.

A Beleza Matemática da SUSY

Além de suas motivações fenomenológicas, a SUSY possui uma elegância matemática profunda.

Mesmo que a natureza não realize a SUSY em energias acessíveis, sua matemática já enriqueceu a física.

O Estado da Supersimetria

Hoje, a SUSY ocupa uma posição peculiar.

Se o LHC e seus sucessores não encontrarem nada, a SUSY pode ser realizada apenas em escalas de energia muito além do nosso alcance – ou talvez a natureza tenha escolhido um caminho completamente diferente.

Um Método, Não um Dogma

A supersimetria ilustra o método científico em ação.

Físicos identificaram problemas: o problema da hierarquia, a unificação, a matéria escura. Propuseram uma nova simetria ousada que resolve tudo isso. Projetaram experimentos para testá-la. Até agora, os resultados são negativos – mas isso não significa que a ideia foi inútil. A SUSY aprimorou nossas ferramentas, esclareceu o que buscamos e guiou gerações de pesquisas.

Como o éter ou os epiciclos antes dela, a SUSY pode se revelar um trampolim para uma verdade mais profunda, quer sobreviva como a última palavra ou não.

Teoria das Cordas e Teoria M

A física além do Modelo Padrão é frequentemente motivada por remendos: resolver o problema da hierarquia, explicar a matéria escura, unificar os acoplamentos gauge. A teoria das cordas é diferente. Ela não começa com um quebra-cabeça específico. Começa com a matemática – e acaba reformulando toda a nossa concepção de espaço, tempo e matéria.

Origens: Uma Teoria Nascida do Fracasso

Surpreendentemente, a teoria das cordas não começou como uma teoria de tudo, mas como uma tentativa fracassada de entender a força nuclear forte.

No final dos anos 60, antes que a QCD fosse totalmente desenvolvida, físicos tentavam explicar o zoológico de hádrons. Eles notaram padrões nos dados de espalhamento que sugeriam que ressonâncias poderiam ser modeladas por cordas vibrantes.

O “modelo de ressonância dual”, introduzido por Veneziano em 1968, descrevia as interações fortes como se os hádrons fossem excitações de cordas minúsculas. Era elegante, mas rapidamente abandonado quando a QCD emergiu como a verdadeira teoria da força forte.

Ainda assim, a teoria das cordas recusou-se a morrer. Escondidas em suas equações estavam características notáveis que pareciam apontar muito além da física nuclear.

A Descoberta Surpreendente: O Gráviton

Quando teóricos quantizaram as vibrações das cordas, descobriram que o espectro incluía inevitavelmente uma partícula sem massa com spin 2.

Isso foi chocante. A teoria dos campos quânticos mostrou que uma partícula sem massa com spin 2 é única: deve ser o quantum da gravidade, o gráviton.

Como John Schwarz observou posteriormente: “Mas um fato surpreendente emergiu: a matemática da teoria das cordas continha inevitavelmente uma partícula sem massa com spin 2 – um gráviton.”

O que começou como uma teoria de hádrons produziu acidentalmente o bloco de construção da gravidade quântica.

A Ideia Central: Cordas, Não Pontos

No cerne da teoria das cordas, partículas puntiformes são substituídas por objetos unidimensionais minúsculos: cordas.

Essa mudança simples – de pontos para cordas – resolve muitos dos infinitos que atormentam a gravidade quântica. O tamanho finito da corda desfoca interações que, de outra forma, explodiriam na distância zero.

Supersimetria e Supercordas

As versões iniciais da teoria das cordas eram problemáticas: continham táquions (instabilidades) e exigiam características não realistas. O avanço veio com a introdução da supersimetria, levando à teoria das supercordas nas décadas de 1970 e 1980.

As supercordas eliminaram os táquions, incorporaram férmions e trouxeram uma nova consistência matemática.

Mas havia um porém: a teoria das cordas só funciona em dimensões mais altas. Especificamente, 10 dimensões do espaço-tempo.

Essa ideia, embora pareça radical, não era totalmente nova. Na década de 1920, a teoria de Kaluza–Klein sugeriu que dimensões extras poderiam unificar gravidade e eletromagnetismo. A teoria das cordas reviveu e expandiu enormemente essa ideia.

Cinco Teorias de Cordas

Em meados dos anos 80, físicos descobriram que a teoria das cordas não era única, mas existia em cinco versões diferentes:

  1. Tipo I – Cordas abertas e fechadas, incluindo cordas orientadas e não orientadas.
  2. Tipo IIA – Cordas fechadas, orientadas, não quirais.
  3. Tipo IIB – Cordas fechadas, orientadas, quirais.
  4. Heterótica SO(32) – Cordas fechadas com uma construção híbrida.
  5. Heterótica \(E_8 \times E_8\) – Uma versão altamente simétrica, crucial posteriormente para conectar-se à física de partículas realista.

Cada uma parecia matematicamente consistente, mas por que a natureza escolheria uma?

A Primeira Revolução das Supercordas

Em 1984, Michael Green e John Schwarz mostraram que a teoria das cordas poderia cancelar automaticamente anomalias quânticas – algo que as teorias de campos quânticos tinham que projetar cuidadosamente. Essa descoberta desencadeou a primeira revolução das supercordas, com milhares de físicos voltando-se para a teoria das cordas como uma candidata a uma teoria unificada de todas as forças.

Foi o primeiro arcabouço sério em que a gravidade quântica não era apenas consistente, mas inevitável.

A Segunda Revolução das Supercordas: Teoria M

Em meados dos anos 90, ocorreu uma segunda revolução. Edward Witten e outros descobriram que as cinco teorias de cordas diferentes não eram rivais, mas limites diferentes de uma única teoria mais profunda: a teoria M.

Acredita-se que a teoria M exista em 11 dimensões e inclua não apenas cordas, mas também objetos de dimensões mais altas chamados branas (abreviação de membranas).

Essas branas deram origem a novas possibilidades ricas: universos inteiros poderiam existir como 3-branas flutuando em um espaço de dimensões mais altas, com a gravidade vazando para o volume enquanto outras forças permanecem confinadas. Essa imagem inspirou modelos modernos de dimensões extras, como Randall–Sundrum.

Exemplos Notáveis: Kaluza–Klein e Randall–Sundrum

Pistas Experimentais e Desafios

A teoria das cordas faz afirmações ousadas, mas testá-las é extremamente difícil.

Apesar dos desafios, a teoria das cordas forneceu um terreno fértil para a matemática, inspirando avanços em geometria, topologia e dualidades como AdS/CFT (que conecta a gravidade em dimensões mais altas com a teoria de campos quânticos sem gravidade).

Beleza e Controvérsia

Os defensores argumentam que a teoria das cordas é o caminho mais promissor para uma teoria unificada: ela inclui a gravidade quântica, unifica todas as forças e explica por que o gráviton deve existir.

Os críticos argumentam que, sem confirmação experimental, a teoria das cordas corre o risco de se desconectar da ciência empírica. Seu vasto “cenário” de soluções possíveis (até \(10^{500}\)) torna difícil extrair previsões únicas.

Ambos os lados concordam em uma coisa: a teoria das cordas mudou a forma como pensamos sobre física, fornecendo uma nova linguagem para a unificação.

Rumo a uma Teoria de Tudo

Se a supersimetria é o próximo passo além do Modelo Padrão, a teoria das cordas é o passo seguinte: uma candidata à tão buscada Teoria de Tudo.

Sua afirmação mais ousada não é apenas que ela inclui o Modelo Padrão e a gravidade, mas que eles são consequências inevitáveis de cordas vibrantes em dimensões mais altas. O gráviton não é uma adição – ele é embutido.

Resta descobrir se a natureza escolheu esse caminho.

Explorando as Fronteiras: Experimentos Além do Modelo Padrão

Teorias são a força vital da física, mas experimentos são seu batimento cardíaco. Supersimetria, teoria das cordas e dimensões extras são construções matemáticas belas, mas vivem ou morrem pelas evidências. Se quiserem ser mais que especulação, devem deixar rastros nos dados.

Físicos desenvolveram maneiras engenhosas de buscar esses rastros – em colisores, no cosmos e na própria estrutura do espaço-tempo.

Colisores: Caçando Spartículas e Grávitons

O Large Hadron Collider (LHC) no CERN é o acelerador de partículas mais poderoso do mundo, colidindo prótons em energias de até 13,6 TeV (projeto: 14 TeV). Ele tem sido a principal ferramenta da humanidade para explorar a física além do Modelo Padrão.

Supersimetria no LHC

Grávitons e Dimensões Extras

Micro-Buracos Negros

Algumas teorias sugerem que, se a gravidade se tornar forte na escala de TeV, miniburacos negros poderiam se formar em colisões do LHC, evaporando em explosões de partículas. Nenhum evento desse tipo foi observado.

Experimentos de Precisão: Testando a Gravidade em Pequenas Escalas

Se dimensões extras existirem, a lei da gravidade de Newton pode falhar em distâncias curtas.

Esses experimentos de mesa são notavelmente sensíveis, explorando escalas inacessíveis aos colisores.

Ondas Gravitacionais: Uma Nova Janela para a Gravidade Quântica

A descoberta de ondas gravitacionais pelo LIGO em 2015 abriu uma nova fronteira.

Até agora, as observações são consistentes com a GR dentro das incertezas atuais, mas maior precisão pode revelar surpresas.

Cosmologia: O Universo como Laboratório

O próprio cosmos é o acelerador de partículas definitivo.

Até agora, o céu está silencioso. A matéria escura permanece indetectada, e os dados cosmológicos se ajustam ao modelo ΛCDM sem traços claros de cordas.

Estado Atual: Restrições, Não Confirmações

Décadas de buscas não confirmaram SUSY, dimensões extras ou sinais de cordas. Mas a ausência de evidências não é evidência de ausência:

Algumas anomalias de precisão (por exemplo, a medição do (g-2) do múon e algumas tensões na física de sabores) permanecem intrigantes, mas não resolvidas; elas motivam um escrutínio contínuo sem ainda derrubar o SM.

O que os experimentos fizeram foi restringir o espaço de parâmetros. Eles nos disseram onde a SUSY não está, quão pequenas as dimensões extras devem ser e quão fortemente ou fracamente a matéria escura pode interagir.

O Caminho Adiante

Experimentos futuros prometem explorar mais profundamente:

A Ciência como Jornada

A história experimental da física além do Modelo Padrão não é sobre fracasso, mas sobre processo.

Assim como o experimento de folha de ouro de Rutherford destruiu o modelo do pudim de ameixa, ou o LIGO dissipou dúvidas sobre ondas gravitacionais, a próxima grande descoberta pode chegar repentinamente – e mudar tudo.

Rumo a uma Teoria de Tudo

Por séculos, a física avançou por meio da unificação. Newton unificou os céus e a Terra sob uma única lei da gravidade. Maxwell unificou eletricidade e magnetismo. Einstein unificou espaço e tempo. A teoria eletrofraca mostrou que duas forças muito diferentes são aspectos de uma só.

O próximo passo é o mais ousado até agora: unificar as quatro interações fundamentais – forte, fraca, eletromagnética e gravitacional – em um único arcabouço consistente. Este é o Santo Graal da física: a Teoria de Tudo (ToE).

Por que uma ToE é Importante

Uma unificação completa não é apenas uma elegância filosófica; ela aborda problemas práticos e conceituais profundos:

Uma ToE não unificaria apenas as forças – ela unificaria as escalas, desde as menores cordas da teoria quântica até as maiores estruturas cósmicas.

Supersimetria e Grande Unificação

A supersimetria (SUSY), se realizada na natureza, fornece um trampolim para uma ToE.

GUTs inspiradas na SUSY (como SU(5), SO(10) ou E₆) imaginam que, em energias ultra-altas, quarks e léptons se unificam em multipletos maiores, e as forças se fundem em um único grupo gauge.

Mas a SUSY ainda não apareceu em experimentos. Se ela existir apenas em escalas além do nosso alcance, seu poder unificador pode permanecer tentador, mas oculto.

Teoria das Cordas: Gravidade Quântica e Gráviton

A teoria das cordas vai além. Em vez de remendar o Modelo Padrão, ela reescreve seus fundamentos:

Nessa visão, a unificação não é uma coincidência – é geometria. As forças diferem porque as cordas vibram de maneiras diferentes, moldadas pela topologia das dimensões extras.

Teoria M e Mundos de Branas

A descoberta de que as cinco teorias de cordas estão conectadas por dualidades levou à teoria M, um arcabouço ainda mais grandioso:

A teoria M ainda é incompleta, mas representa o passo mais ambicioso já tentado em direção a uma ToE.

Outros Caminhos para a Gravidade Quântica

A teoria das cordas e a teoria M não são os únicos caminhos. Físicos estão explorando múltiplos arcabouços, cada um com diferentes pontos fortes:

Embora nenhum ainda rivalize com o alcance unificador da teoria das cordas, eles ilustram a riqueza da busca.

O Papel do Experimento

Uma ToE deve, em última análise, ser testável. Embora a escala de Planck esteja muito além dos experimentos atuais, os físicos buscam evidências indiretas:

Até agora, a ToE permanece fora de alcance, mas cada resultado nulo reduz as possibilidades.

Beleza e Desafio

Uma verdadeira ToE não unificaria apenas a física – ela unificaria o conhecimento humano. Conectaria a mecânica quântica e a relatividade, o micro e o macro, a partícula e o cosmos.

No entanto, ela enfrenta um paradoxo: a própria escala em que a unificação ocorre pode estar para sempre fora do alcance experimental. Um colisor de 100 TeV explora apenas uma fração do caminho até a escala de Planck. Podemos ter que confiar na cosmologia, na consistência matemática ou em assinaturas indiretas.

O sonho permanece vivo devido à profunda elegância dos arcabouços. Como Witten observou, a teoria das cordas não é apenas “um conjunto de equações”, mas “um novo arcabouço para a física”.

A Ciência como Método, Não Dogma

A busca por uma ToE não é sobre declarar a teoria das cordas, a SUSY ou qualquer ideia singular como “verdadeira”. É sobre o método científico:

A história está longe de terminar. Mas é exatamente essa abertura – a recusa em tratar qualquer teoria como sagrada – que torna a física uma ciência viva, não um dogma.

O Horizonte à Frente

O próximo século da física pode revelar:

Ou talvez a verdadeira ToE seja algo que ninguém ainda imaginou.

Mas a própria busca – o impulso para unificar, explicar, ver a natureza em sua totalidade – é tão parte da humanidade quanto as próprias equações.

Referências e Leituras Adicionais

Supersimetria e Grande Unificação

Teoria das Cordas e Teoria M

Gravidade Quântica de Laços e Alternativas

Fronteiras Experimentais

Narrativas Populares Acessíveis

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